13.10.06

De volta ao Bairro do Nunca


Hoje em dia a popularidade dos jogos de adventure pode ser considerara irrelevante, mas nos anos 80 e 90 (quando atingiram o seu ápice, a sua "golden age") eles eram tudo que eu queria jogar. Sou particularmente apegado a alguns títulos dos anos 90 como Day of the Tentacle, Grim Fandango, LBA e The Neverhood, um jogo produzido pela Dreamworks em companhia com um pequeno estúdio que levava o mesmo nome.

Esse último talvez seja um dos mais jogos mais estilosos e originais que eu já joguei. Todo em stop motion, com modelos e maquetes feitos em argila, e com alguns dos puzzles mais engraçados e bem bolados até então, The Neverhood ainda contava com o que provavelmente ainda é uma das melhores trilhas sonoras de videogames de todos os tempos.

Criado pelo animador Douglas TenNapel, o jogo conta as aventuras do protagonista Klaymen em um mundo chamado, claro, de Neverhood. Sem maiores informações a princípio, o jogador tem que explorar o cenário (todo feito em madeira, coberto por argila e tinta e depois filmado e animado em stop motion) tentando adquirir maiores informações sobre Klaymen, seu mundo e o que diabos está acontecendo. Para adquirir essas informações você deve encontrar discos (ou cartuchos, sei lá) espalhados pelo Neverhood. Esses discos podem ser utilizados em televisores que vão lhe situando na história. A história, aliás, é também contada em um livro chamado The Neverhood Chronicles contido dentro do jogo (literalmente, o jogo está escrito nas 38 paredes de mais de um prédio do jogo, e você pode lê-lo completamente, se tiver paciência).


Os puzzles são realmente desafiadores. Alguns poucos são simples, mas a maioria requer bastante atenção e inteligência do jogador. Você tem que memorizar símbolos, cores e até sons para conseguir resolvê-los, e normalmente vai ter que tentar algumas vezes até conseguir.

A trilha sonora, como falamos, é um dos pontos fortes de The Neverhood. Compostas e tocadas por Terry Scott Taylor, as músicas do jogo contam com vocais bizarros, um banjo que parece estar quebrado, percussões exóticas e barulhos bizarros ocasionais que dão a tudo um clima realmente surreal e extraterreno.

The Neverhood ainda ganhou uma seqüência, SkullMonkeys, um jogo de plataforma que lembra muito Donkey Kong Country e foi lançado para a PSX. Mesmo com uma trilha sonora igualmente genial, o jogo não inovou muito na jogabilidade e, apesar de ser muito bom, recebeu duras críticas.


The Neverhood ainda funciona no windows xp, com alguns pequenos problemas no sistema de salvar (mas o jogo é curto e pode ser jogado inteiro em poucas horas). A trilha sonora também foi lançada em cd e é indispensável.

http://www.neverhood.se/
Youtube: Great Neverhood
Youtube: The Weasel Chase

Um comentário:

moonpxi disse...

Nossa, como é que eu nunca vi esse jogo antes? Que falha grave no meu currículo de adventures... :(

Também sinto falta da golden age dos adventures e todos aqueles clássicos da Sierra e da LucasArts. Bom, pelo menos Sam and Max estão voltando, e existe isso: http://www.adventuregamestudio.co.uk/